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quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

~Pôsters de Akanishi Jin e Yamashita Tomohisa no HMV~

Crédito: @
Artista: Akanishi Jin, Yamashita Tomohisa
Local: Shibuya HMV
Horário/Data: 19:14, 27.11.2009


quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

~Curiosidade: "Chuva de estrelas" no Japão~


Meteoros do fenômeno conhecido como Leônidas parecem cair sobre a Terra como "chuva de estrelas", embora estejam apenas riscando o céu sobre o Monte Fuji, no Japão. A fotografia foi tirada na madrugada desta segunda-feira, 19.11.01.

A chuva de "Leônidas" acontece em cada mês de novembro, quando a Terra passa próximo do véu de matéria deixado pelo Cometa Tempel-Tuttle, que completa sua órbita a cada 33 anos. Estas partículas se chamam "Leônidas" porque parecem surgir da constelação de Leo e seus fragmentos são muito pequenos, em sua maioria não maiores que um grão de arroz.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

~Kito Aya: Um Litro de Lágrimas~


Resumo



Aya Kito (19 de Julho de 1962 - 23 de Maio de 1988) sofreu de uma doença chamada Degeneração Espinocrebelar - uma doença que deteriora o cérebro gradualmente até o ponto que a vítima não pode andar, falar, escrever, ou comer. A doença que não afeta a mente nem a memória -, durante sua vida escreveu um diário, onde ela relatava sua luta diária contra a doença, e só parou de escrever quando a doença a impossibilitou. O diário foi públicado dois anos antes de sua morte, com o título de 1 Litro de Lágrimas e vendeu mais de 1,8 milhão de cópias no Japão inteiro.

Suas últimas palavras em seu diário foram: "O fato de eu estar viva é uma coisa tão encantadora e maravilhosa que me faz querer viver mais e mais".

Essa história torna-se mais comovente pelo simples fato de ser uma historia real, ela nos permite que possamos lançar um novo olhar para o nosso cotidiano e enxerguemos que, por mais que tenhamos problemas, existem pessoas que enfrentam dificuldades ainda maiores e nem por isso desistem.

O Livro



No ano de 1962 nascia no Japão a garota Aya Kito. Ela tinha uma vida comum até que na adolescência descobriu ter uma doença incurável. A Degeneração Espinocerebelar é uma doença que faz a pessoa "quebrar" aos poucos, atrofiando o cérebro e tirando a capacidade de se equilibrar, de andar e, depois de um tempo, até de falar. A doença não possui cura, mas é possível fazer um tratamento para retardar os sintomas.

O médico de Aya sugere que ela escreva um diário para que ele soubesse como estava o cotidiano dela e ver como a doença afetava a vida da garota. Mas Aya foi além: começou a colocar seus pensamentos, e o que sonhava para o futuro. Haveria um futuro para ela?

O diário de Aya foi publicado no Japão originalmente para a comunidade que possui problemas físicos, mas a história dramática da garota transformou o livro em algo atrativo para todos. O livro foi publicado em 1986, e Aya tinha apenas 23 anos de idade, mas já não conseguia escrever e falava com a ajuda de uma pequena tabuleta que continha todas as letras do alfabeto japonês.

Dois anos após a publicação do livro, Aya faleceu. Até hoje o livro é muito vendido e visto como um exemplo na superação de problemas. Afinal nós reclamamos da vida amorosa, dos problemas no trabalho, das pequenas dores... mas Aya enfrentava o preconceito das pessoas, os olhares tortos, e lutou fortemente até a sua morte.

Em 2004, o livro foi transformado em longa-metragem e até exibido em aviões. Mas a versão mais famosa é o dorama de 2005. Contando a história de Ikeuchi Aya, o dorama de 11 capítulos faz até o maior sociopata do mundo derramar suas lágrimas.

As últimas palavras do diário de Aya são de partir o coração: "O fato de eu estar viva é uma coisa tão encantadora e maravilhosa que me faz querer viver mais e mais."

O Dorama



O dorama retrata a vida de Ikeuchi Aya, uma garota alegre que mora com seus familiares em uma pequena casa que também é uma loja de tofu, produzido por seu pai. Ajudando em casa ainda tem a mãe, que é enfermeira, e seus três irmãos menores: Ako (a "rebelde sem causa" da família), Hiroshi (garoto fã de futball) e a pequena Rika. Aya acabou de terminar o Ensino Fundamental, então precisa fazer um vestibulinho para o concorrido colégio Higashi.

Enquanto corria para fazer sua prova, Aya se desequilibra e é ajudada por Haruto, um garoto que também iria fazer o vestibulinho, mas decidiu de última hora não fazer a prova. Querendo ajudar Aya, ele a leva para fazer a prova, e ambos conseguem passae no colégio.

Por conta das quedas de Aya, sua mãe, Shioka, a convence a fazer alguns exames. O médico logo percebe do que se trata e avisa à mãe que sua filha tem a Degeneração Espinocerebelar. Depois de muitas pesquisas pela Internet, Shioka conta a seu marido sobre o problema da filha.

Enquanto isso a vida anda dura para Aya na escola. Ela é nomeada representante de sala junto com Haruto, despertando a ira das colegas. Além disso Aya chama muita atenção no clube de basquete graças à sua abilidade e sua afinidade e intimidade com Yuji, um veterano do clube de basquete masculino. Uma das primeiras decisões de Aya como representante é tomar as decisões sobre o concurso de coral, então a garota seleciona a música e rege o coral composto pelos alunos da sala. Aya percebe que algo está errado com ela - alguns movimentos que ela executa não saem como ela espera, ou o membro que ela quer mexer fica parado - e se esforça ao máximo no coral, afinal não sabe se terá um futuro bom.

Shioka não consegue mais esconder da filha e revela que ela possui uma doença sem cura.

Depois de uma série de exames, o neurologista sugere que ela escreva um diário relatando seus problemas diários de coordenação motora. Obviamente ter uma notícia dessas aos 15 anos é uma bomba para qualquer pessoa.

O dorama então começa a relatar a vida de Aya e como lida com a doença. Conforme a história avança, quem assiste percebe que Aya vai piorando. Os pequenos tropeços que ela tinha no começo se tornam tombos sérios, alguns com necessidade de internação. A perna, que falhava vez ou outra, começa a ficar com problemas constantes, fazendo com que Aya ande de uma maneira estranha - os amigos maldosos de Hiroshi, com 11 anos de idade, começam a tirar sarro da irmã dele por andar "feito um pinguim". Os problemas familiares também são retratados nas cenas com a irmã Ako, que chega ao cúmulo de dizer que gostaria de estar doente também só para ter atenção dos pais.

A família inteira precisa se adaptar às limitações de Aya, mas sempre o fazem de uma maneira alegre para não demonstrar fraqueza. Por exemplo: quando Aya não conseguia mais segurar o hashi (palitinhos) para comer, ou mesmo quando não conseguia mais segurar a tigela de cerâmica, Shioka propõe a toda a família uma troca de talheres e tigelas (todas de plástico) e dá talheres ocidentais para Aya semelhantes aos que damos para crianças.

No colégio Higashi as coisas não vão muito bem também. O colégio é cheio de escadas, e Aya precisa sempre contar com a ajuda dos outros. Durante as aulas a garota não consegue copiar tudo a tempo, fazendo com que a classe se atrase um pouco nos estudos. Tudo isso vai acumulando até que os alunos reclamam com seus pais. E na reunião dos pais e mestres a opinião dos responsáveis pelos alunos é unânime: querem que Aya saia da escola e vá para um colégio de deficientes. Aya, que diz que só sobrevive pois sabe que encontrará o sorriso das amigas quando chegar à escola, entra em pânico quando vê que a querem longe de lá.

O título do livro é explicado num momento onde Aya conversa com todos de sua sala. Ela diz que, para conseguir ir até a frente da sala e contar sobre sua doença, foi necessária muita coragem e cerca de um litro de lágrimas.

É interessante a visão que os japoneses tem das lágrimas. Enquanto aqui no Brasil as lágrimas são demonstradas como reflexo da fraqueza da pessoa, no Japão eles consideram uma etapa fundamental para acabar com as angústias. Um exemplo pode ser visto no filme As Viajens de Chichiro. No meio do filme a garota Chichiro, já sendo chamada de Sen, começa a sentir todo peso do mundo em suas costas, afinal trabalha numa casa de banhos para poder salvar seus pais e salvar a sí mesma. Percebendo que a garota está muito mal, Haku entrega a ela um bolinho de arroz "mágico" que a fará recuperar as forças. Ao comer o bolinho, lágrimas gigantes começam a escorrer dos olhos de Chichiro enquanto Haku diz para ela continuar chorando, pois isso a fará se recuperar logo.

Como toda garota, Aya se apaixona também. Ela possuía uma paixão platônica pelo veterano do time de basquete, mas ficava extremamente balançada com o carinho e a personalidade de Haruto. Haruto é filho de um neurologista que trabalha no hospital onde Aya se trata, e sofre por pressão familiar, afinal seu irmão mais velho morreu e seus pais depositam nele todas as esperanças da família - por isso ele não queria fazer o vestibulinho para o mesmo colégio em que seu irmão havia estudado. Aliás, Haruto parece indispensável para a história, mas é o único personagem que foi criado exclusivamente para o dorama e não possui nenhum correspondente na vida real.

O dorama avança até o final da vida de Aya. Perto de sua morte começam a publicar textos dela numa revista para deficientes, e esses textos fazem tanto sucesso que logo pedem o diário da garota para ser publicado.

Ikeuchi Aya é interpretada pela atriz, cantora e modelo Sawajiri Erika, que faz um trabalho primoroso como a protagonista de 1 Litro de Lágrimas. Seu sorriso é confortante, a garra da personagem é bem demonstrada e até suas limitações. É de impressionar o realismo com que a atriz retrata as dificuldades motoras de Aya, principalmente em seu estado terminal. Quando Aya consegue falar apenas sílaba por sílaba a atriz mantém o fôlego na interpretação e torna a personagem verossímil para o público. Já Ryo Nishikido tem uma interpretação bem menos brilhante, mas ele dá personalidade ao Haruto e sua química com Erika é ótima.

Ainda no rol das grandes interpretações, não há como não comentar a atriz que faz Ikeuchi Shioka: Hiroko Yakushimaru. A personagem ganhou muito com a interpretação da atriz. Nas cenas em que Shioka esconde da família a doença da filha usando um sorriso são brilhantes, pois, embora o sorriso, vemos nos olhos da atriz a dor que a personagem sente ao saber que o sorriso é falso.

A trilha sonora é bem dramática. A banda Remiromen cuida das duas músicas incidentais do dorama: Konayuki, que serve como tema romântico entre Aya e Haruto, e a música 3gatsu9ka, que é a música usada no concurso de coral e aparece em diversos momentos da série. O tema de encerramento é Only Human, do cantor coreano K. Esse single vendeu, na época do dorama, cerca de 200.000 unidades.

O sucesso do dorama rendeu um episódio especial, resgatando os atores do dorama original.

O dorama pode ser conferido aqui com subtítulos em português, e aqui o episódio especial.

Uma análise mais pessoal



A pergunta que o leitor dessa matéria deve fazer é essa: "Será que dá pra chorar com isso ou é apenas ladainha de quem escreve essa matéria? Afinal eu nunca chorei com nada." Fugindo um pouco da imparcialidade pedida por essa matéria, preciso confessar que nunca fui fã de doramas. Achava as situações exageradas e os roteiros ruins. Tudo mudou quando comecei a ver 1 Litro de Lágrimas. Eu juro que nunca chorei tanto por um anime ou mangá quanto chorei por esse dorama (se não contarmos a morte do Itachi ou do Deidara em Naruto Shippuden...).

Aqueles que dizem que possuem coração de pedra também se emocionam. Tive relatos de pessoas que começaram a assistir o dorama e falaram "Mas eu não chorei no começo". Com o tempo os problemas de Aya começaram a entrar na pessoa e logo as lágrimas saíam.

Uma das características que faz com que o espectador se emocione mais é o fato de 1 Litro de Lágrimas ser baseado em fatos e acontecimentos reais. Essa verossimilhança sempre funcionou na mídia, pois inconscientemente torna possível para o espectador que o que acontece na tela possa vir a acontecer na vida real com alguém próximo ou a própria pessoa. Mas não podemos atribuir os méritos das lágrimas apenas ao fato de ser uma história real, tudo é executado com maestria para arrancar emoção das pessoas que assistem.

O encerramento é uma das coisas mais lindas que vi, com uma música bonita e um vídeo mostrando fotos da verdadeira Aya, além de trechos do diário. A trilha sonora consegue emocionar emocionar mesmo sem conferir a letra da música, só pela melodia e pela empolgação de quem canta.

A caracterização dos personagens passa longe do exagero de muitos outros doramas. Mesmo os personagens muito caricatos, como o pai de Aya, possuem a função de ser alvo cômico para o dorama e não incomodam. Muito pelo contrário, sua alegria de encarar os desafios sorrindo chega a ser motivador.

Mas que uma série que vá te emocionar, considero sem o menor erro que o dorama de 1 Litro de Lágrimas é obrigatório. A história de Aya é um verdadeiro exemplo de vida e é algo que deveria ser visto por todas as pessoas. Você verá que seus problemas não são tão grandes como você pinta, e que você pode resolvê-los... com ou sem lágrimas. E, quando menos esperar, você olhará para seus problemas do passado com um sorriso no rosto. Mas, para chegar a este sorriso, vai ver que foi necessário cerca de 1 litro de lágrimas.

O Mangá



Em 2005, a editora Gentosha publicou o mangá de 1 Litro de Lágrimas em volume único, desenhado por Kita. O mangá segue o livro original de 1986 e conta a história de Kito Aya e toda sua jornada para se adaptar à doença. E a NewPOP editora já publicou 1 Litro de Lágrimas em português!

O mangá traduzido saiu no formato original e é também em volume único. É uma boa pedida para quem quer conhecer a história de uma das garotas mais corajosas do Japão, posto só conquistado depois de muitas lágrimas derramadas.

Citações do Diário



-Se eu fosse uma flor, minha vida seria um botão. Esse começo de juventude, quero guardar sem arrependimentos.

-Mamãe, dentro do meu coração: existe você, que sempre acreditou em mim. A partir de agora conto com você. Desculpa por causar tanta preocupação.

-Por que essa doença me escolheu? Destino é algo que não se pode colocar em palavras.

-Quero contruir uma máquina no tempo e voltar ao passado. Se não fosse por essa doença, eu conseguiria me apaixonar e não depender de ninguém para viver.

-Eu não direi mais que quero voltar àquele dia, vou viver aceitando o eu de agora.

-Apesar de ter me machucado com esses olhares sem coração, eu percebi que também havia olhares de gentileza. Por isso, eu não vou fugir. Assim eu farei, com certeza, sempre.

-Eu gosto do som das bolas ecoando no ginásio, da sala quieta depois da aula, da paisagem que se vê da janela, do piso de mandeira do corredor, das conversas em frente à sala de aula, gosto de tudo. Talvez eu só esteja incomodando, talvez eu não esteja ajudando ninguém, mesmo assim, eu quero ficar aqui. Afinal, aqui é o lugar onde estou.

-Eu agradeço por ser vista igualmente pelos meus amigos. 'Eu passei a gostar de ler graças a você', foi o que me disseram. "Ah, que bom", eu não causei apenas incômodo a elas, pensando assim, não me importei muito.

-Eu gosto do Colégio Higashi! Eu gosto do professor Nagai! Eu gosto de todos professores daqui.

-Sabe, agora, estou confusa e com medo. É sobre "Escola para Deficientes".

-Felicidade? Você é feliz? Estou à procura, no fundo do meu coração, para que eu seja feliz.

-Se olhar o céu depois de cair, o céu azul, hoje também, se estende infinitamente e sorri. Eu estou viva.

-Faltam 4 dias até o fim das aulas. Parece que por minha causa, todos estão segurando mil garças de papéis. A imagem deles segurando-os com tanto esforço, guardarei no fundo dos meus olhos: para que eu nunca esqueça, mesmo estando separados. Mas eu queria que dissessem: "Aya, não vá".

-Agora penso que você foi muito mimada pelas pessoas! Finalmente percebi. Você dependeu demais das pessoas! Por isso, a Youko e a Yoshiko acabaram se cansando! Percebi tarde demais...

-Não tenho Lugar!

-Eu deixarei o colégio Higashi.

-Foi preciso um litro de lágrimas.

-As pessoas não deviam viver o passado. É o suficiente fazer o possível no presente.

-Os sons "ma", "wa", "ba", e "n" ficaram difíceis de pronunciar. Em vez da voz, só sai vento. Por isso, não consigo me comunicar com os outros. Ultimamente, tenho falado muito sozinha, antes eu não gostava, mas é como um treinamento para a boca, vou fazer bastante. Não vou parar de falar.

-Nos meus sonhos, meus pés já estavam paralisados. Nos meus sonhos, eu já estava sobre a cadeira de rodas.

-Não consigo mais voltar ao passado. Nem meu coração, nem meu corpo.

-Encontro-separação-encontro. Todas as pessoas são seres que não conseguem viver sozinhos.

-A realidade é muito cruel, muito rígida. Não posso nem ao menos sonhar. Se imaginar o futuro, ainda outras lágrimas escorrem.

-Por qual motivo eu estou vivendo? Aonde devo ir? Apesar de não conseguir respostas, se escrevo, meus sentimentos melhoram. Estou à procura de muitas mãos, mas não consigo alcançá-las, não consigo percebe-las, apenas sigo em direção à escuridão, apenas ouço minha voz que grita sem esperanças.

-Não quero falar. Não quero conversar. Tenho medo de soltar as palavras.

-Não consigo me mover, que raiva...

-Será que posso continuar a viver? Mesmo que você não exista, não há nada que restará.

-Amor, não tenho nada além de apenas viver me agarrando a isso.

-O fato de eu estar viva é uma coisa tão encantadora e maravilhosa que me faz querer viver mais e mais.


Texto original: Fábio Garcia, NeoTokyo vol. 26
Modificações e complemento: Hana
Imagens: Kito Aya (vida real), Kito Aya (mangá) e Ikeuchi Aya (dorama).

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

~No Brasil~

Conheça a história do povo japonês no Brasil, os lugares onde se estabeleceram, quais são suas condições e o que eles conseguiram obter e o que perderam através desse século de lutas para serem aceitos e melhorarem de vida.

Bairro da Liberdade
Sobre o Bairro da Liberdade

~Bairro da Liberdade~

Resumo




A Liberdade é um distrito da região central da cidade de São Paulo. É o maior reduto da comunidade japonesa na cidade, a qual, por sua vez, congrega a maior colônia japonesa do mundo, fora do Japão. A segunda cidade com maior população japonesa no Brasil, sendo que perde apenas para São Paulo, é Assai, no Paraná.

A influência cultural pode ser sentida nas ruas de luminárias tipicamente orientais (onde até as placas dos estabelecimentos são escritas em caracteres orientais) e nas feiras temáticas que acontecem periodicamente. Lá se encontram diversos artigos típicos da cultura oriental e japonesa, sendo, então, um ótimo centro de compras destes produtos.

Do distrito da Liberdade também fazem parte o bairro da Aclimação, que nos últimos anos tornou-se uma área de concentração da colônia coreana, a região de várzea que dá nome ao bairro Várzea do Glicério, um enclave com população de baixo poder aquisitivo, e o bairro Morro da Aclimação, além do bairro da Liberdade.

O distrito é atendido pelas Linha 1 (Azul) do Metrô de São Paulo.

Limites



Norte: Ligação Leste-Oeste.
Leste: Avenida Prefeito Passos, Praça Nina Rodrigues, Rua Otto de Alencar, Rua Teixeira Mendes, Rua do Lavapés, Rua Francisco Justino Azevedo, Rua Miguel Teles Júnior, Rua Alves Ribeiro, Avenida Lacerda Franco.
Sul: Rua Coronel Diogo, Rua Batista Caetano, Rua Ximbó, Rua José do Patrocínio, Rua Batista Cepelos, Rua Topázio, Rua do Paraíso, Viaduto do Paraíso.
Oeste: Avenida Vinte e Três de Maio.

História



Em 1912 os imigrantes japoneses passaram a residir na rua Conde de Sarzedas, ladeira íngreme, onde na parte baixa havia um riacho e uma área de mangue.

Um dos motivos de procurarem essa rua é que quase todas tinha porões, e os aluguéis dos quartos no subsolo eram incrivelmente baratos. Nesses quartos moravam apenas grupos de pessoas. Para aqueles imigrantes, aquele cantinho da cidade de São Paulo significava esperança por dias melhores. Por ser um bairro central, de lá poderiam se locomover facilmente para os locais de trabalho.

Já nessa época começaram a surgir as atividades comerciais: uma hospedaria, um empório, uma casa que fabricava tofu (queijo de soja), outra que fabricava manju (doce japonês) e também firmas agenciadoras de empregos, formando assim a “rua dos japoneses”.

Em 1915 foi fundada a Taisho Shogakko (Escola Primária Taisho), que ajudou na educação dos filhos de japoneses, então em número aproximado de 300 pessoas.

Em 1932 eram cerca de 2 mil os japoneses em São Paulo. Eles vinham diretamente do Japão e também do interior, após encerrarem o contrato de trabalho na lavoura. Todos vinham em busca de uma oportunidade na cidade. Cerca de 600 japoneses moravam na rua Conde de Sarzedas. Outros moravam nas ruas Irmã Simpliciana, Tabatinguera, Conde do Pinhal, Conselheiro Furtado, Tomás de Lima (Hoje Mituto Mizumoto), onde em 1914 foi fundado o Hotel Ueji, pioneiro dos hotéis japoneses em São Paulo, e dos Estudantes.
Os japoneses trabalhavam em mais de 60 atividades, mas quase todos os estabelecimentos funcionavam para atender a coletividade nipo-brasileira.

A Expulsão

A vida não era fácil para os imigrantes japoneses que viviam em São Paulo, mas havia trabalho, comida e moradia. Nos anos 20 e 30, eles já estavam integrados à vida da cidade. Havia jogos de beisebol nos fins de semana, as crianças podiam estudar em escolas de ensino do idioma japonês. Podia-se saborear comida japonesa nas pensões e ler publicações em japonês.


Em julho de 1941, o governo ordenou a suspensão da publicação dos jornais em língua japonesa. Com o início da guerra no Pacífico, em 1942, o governo de Getúlio Vargas rompeu relações diplomáticas com o Japão, fechando o Consulado Geral do Japão (fundado em 1915 na rua Augusta, 297). No dia 6 de setembro, o governo decretou a expulsão dos japoneses residentes nas ruas Conde de Sarzedas e Estudantes. Somente em 1945, após a rendição do Japão, é que a situação voltou à normalidade na região.

Os Jornais Japoneses

Em 12 de outubro de 1946 foi fundado o jornal São Paulo Shimbun, o primeiro no pós-guerra entre os nikkeis. Em 1º de janeiro de 1947 foi a vez do Jornal Paulista. No mesmo ano foi inaugurada a Livraria Sol (Taiyodo), ainda hoje presente no bairro da Liberdade, que passa a importar livros japoneses através dos Estados Unidos. A agência de viagens Tunibra, inicia as atividades no mesmo ano.

Uma orquestra formada pelo professor Masahiko Maruyama faz o primeiro concerto do pós-guerra em março de 47, no auditório do Centro do Professorado Paulista, na Avenida Liberdade.

O Cine Niterói

Em 23 de julho de 1953, Yoshikazu Tanaka inaugurou na rua Galvão Bueno um prédio de 5 andares, com salão, restaurante, hotel e uma grande sala de projeção no andar térreo, para 1.500 espectadores, batizado de Cine Niterói. Eram exibidos semanalmente filmes diferentes produzidos no Japão, para o entretenimento dos japoneses de São Paulo.

A rua Galvão Bueno passa a ser o centro do bairro japonês, crescendo ao redor do Cine Niterói, tendo recebido parte dos comerciantes expulsos da rua Conde de Sarzedas. Era ali que os japoneses podiam encontrar um cantinho do Japão e matar saudades da terra natal. Na sua época áurea, funcionavam na região os cines Niterói, Nippon (na rua Santa Luzia – atual sede da Associação Aichi Kenjin kai), Jóia (na praça Carlos Gomes – hoje igreja evangélica) e Tokyo (rua São Joaquim – também igreja).

Em abril de 1964 foi inaugurado o prédio da Associação Cultural Japonesa de São Paulo (Bunkyô) na esquina das ruas São Joaquim e Galvão Bueno.

Associação dos Lojistas

Em 1965 foi fundada a Associação de Confraternização dos Lojistas do Bairro da Liberdade, precursora da Associação Cultural e Assistencial da Liberdade – ACAL, sob a presidência de Yoshikazu Tanaka, para defender os interesses do bairro perante as autoridades municipais e estaduais. Com a crescente criminalidade do bairro, promovem encontro com os responsáveis pela Secretaria de Segurança Pública, Polícias Civil e Militar.

A Liberdade passa a ser o local de visita obrigatória para todos os visitantes da cidade. Em 1967, o bairro recebeu a visita do então Príncipe Herdeiro Akihito e da Princesa Michiko, hoje o Casal Imperial do Japão.

Na década de 60, as atividades e os interesses dos japoneses em São Paulo foram conduzidas pela Associação Cultural Japonesa (hoje Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa) e pela Associação dos Lojistas, pois eram as duas entidades mais representativas da comunidade.

Nova Urbanização

O ano de 1968 representou o início das mudanças no bairro. A Diametral Leste-Oeste obrigou o cine Niterói, marco inicial da prosperidade do bairro, a se mudar para a esquina da avenida Liberdade com a rua Barão de Iguape (atualmente funciona no local o Hotel Barão Lu). A rua Conselheiro Furtado, que era estreita, foi alargada, diminuindo a força comercial do local. Além disso, com a construção da estação Liberdade do metrô, na década de 70, alguns pontos comerciais das ruas Galvão Bueno e na Avenida Liberdade desapareceram.

A Liberdade deixou de ser um reduto exclusivo dos japoneses. Muitos deixaram de residir na região, mantendo apenas seus estabelecimentos comerciais. Com isso, o bairro passou a ser procurado também por chineses e coreanos.

Além e lojas, restaurantes e bares orientais, o bairro passou a oferecer outros atrativos. A praça da Liberdade é utilizada como palco para manifestações culturais, como o bon odori, dança folclórica japonesa. Os palcos dos cinemas japoneses passaram a receber também artistas e cantores japoneses.

Graças à iniciativa da Associação da Liberdade, o bairro recebeu decoração no estilo oriental, com a instalação de lanternas Suzurantõ. Em 1973, Liberdade foi vencedora do concurso de decoração de ruas das festas natalinas.


Em 28 de janeiro de 1974, a Associação de Confraternização dos Lojistas passou a ser chamada oficialmente de Associação dos Lojistas da Liberdade. Seu primeiro presidente, Tsuyoshi Mizumoto, buscou a caracterização do bairro oriental. A Feira Oriental passou a ser organizada nas tardes de domingo, com barracas de comida típica e de artesanato, na praça da Liberdade.

No dia 18 de junho de 1978, por ocasião da comemoração dos 70 anos da imigração japonesa no Brasil, iniciou-se a prática do Radio Taissô, na praça da Liberdade. São dezenas de pessoas que fazem uma sessão diária de ginástica.

Nas décadas de 80 e 90, pequenas mudanças ocorreram no bairro. As casas noturnas foram gradativamente substituídas por karaokês, uma nova mania que começava a tomar conta do bairro. As principais atividades culturais da Liberdade são realizadas com a promoção da ACAL e fazem parte do calendário anual do município:

Abril – Hanamatsuri – Festival das Flores, em conjunto com a Federação das Seitas Budistas. O desfile do grande elefante branco carregando o pequeno Buda acontece no sábado.

Junho – Campenato de Sumô da Liberdade – grande campeonato com atletas de todo o país. Realiza-se aqui a seleção dos atletas juvenis que representarão o Brasil no Campeonato Mundial de Sumô. A arena (dohyo) e as arquibancadas são montadas em plena praça da Liberdade.

Julho – Tanabata Matsuri – Festival das Estrelas, em conjunto com a Associação Miyagui Kenjinkai. As principais ruas do bairro são enfeitadas com bambu e grandes enfeites de papel simbolizando as estrelas. Os visitantes colocam um pedaço de papel com pedidos.

Dezembro – Toyo Matsuri – Festival Oriental. Apresentação de várias manifestações culturais do oriente. O bairro recebe o Nobori, coloridas bandeiras verticais.

Dezembro – Moti Tsuki – Festival de Final do Ano. O arroz é socado em pilão para a confecção do moti (bolinhos de arroz) que é distribuído aos presentes para dar sorte. Sempre no dia 31 de dezembro.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

~Curiosidade: Introdução ao Budismo~


O Budismo, doutrina pregada na Índia por Gothama Shakyamuni, chegou ao Japão através da China e da península coreana. A introdução oficial do Budismo no Japão aconteceu no ano de 538, quando o rei Sem Ming, de Pèhché, pequena nação peninsular, enviou uma estátua de Buda e algumas Sutras (escritas sagradas do Budismo) ao imperador nipônico, como sinal de confraternização. Entretando, já antes disso, o Budismo havia se infiltrado por intermédio dos imigrantes coreanos, que o praticavam regularmente.

~Pequenas Curiosidades~

Em breves textos, trazemos curiosidades sobre diversos temas do Japão. Mesmo que postemos esses temas em matérias maiores, não vamos excluír nossos pequenos textos de informação. Aproveitem~ :3

Budismo no Japão
Curiosidade: Introdução ao Budismo

Chuva de Estrelas
Curiosidade: "Chuva de Estrelas" no Japão

Rã da Sorte
Curiosidade: Rã da Sorte

~Curiosidade: Rã da Sorte~

Entre as tradições milenares, o povo japonês acredita no kaeru, a rã da sorte. Uns dizem que é sapo, mas kaeru quer dizer rã. Este termo quer dizer também "voltar". A magia, quando a pessoa adquire uma imagem da rã da sorte, é trazer alguma coisa perdida de volta, seja um objeto ou uma pessoa querida. A imagem é toda verdinha~.

sábado, 19 de dezembro de 2009

~Cultura~

Sobre a cultura japonesa, suas tradições e costumes.

Hachikō
Hachikō

Natal
Sobre o Natal japonês

~Natal Japonês~


Comparação: Natal Japonês e Natal Ocidental



O Natal no Japão é diferente do Natal nos países ocidentais, como os Estados Unidos. As maiores religiões no Japão são Budismo e Xíntoismo, então o Natal é mais um feriado comercial. A maior celebração envolve a véspera de Natal, e não o dia de Natal.

No Japão é comum dar presentes de Natal. Na família, os pais dão presentes aos filhos, mas os filhos não dão presentes aos pais. A razão para isso é que apenas Papai Noel traz presentes, então quando as pessoas não acreditam mais em Papai Noel, elas não ganham presentes no Natal.

A maioria das famílias japonesas tem uma árvore de Natal e hoje em dia está se tornando comum colocar luzes coloridas enfeitando a casa no lado de fora, como fazem os ocidentais.

Natal no Japão para mulheres solteiras



Para mulheres solteiras no Japão é realmente crucial ter alguém com quem passar a véspera de Natal. É também importante para elas onde passar esse dia e que presente recebem. A tarde inteira deve ser muito especial, bonita e romântica. Mulheres japonesas que têm namorados costumam exibir isso, e as mulheres solteiras não ficam felizes com isso.

Também costumava existir um sarcasmo, que o Natal é comparado com a idade de uma mulher. Lojas de bolo no Japão tentam vender todos os seus bolos de Natal antes da véspera do feriado. Qualquer bolo ainda nas lojas após o Natal era visto como muito velho ou ultrapassado. Mulheres solteiras com mais de 25 anos eram chamadas de 'bolo de Natal não vendido'. Isso é algo ruim, mas hoje em dia a idade para casamento mudou, melhorando a situação e fazendo disso história.

Natal no Japão - Trabalho & Horas de Compras



As lojas ficam abertas no dia de Natal, até o Ano Novo, mas fecham cedo no dia 31 de Dezembro.

A maioria das lojas então fecham no 1o, 2o e 3o dia do ano, e depois disso depende da loja. Algumas ficam fechadas por mais tempo.

Natal no Japão - Idioma



Como dizer "Feliz Natal" em japonês: "Merry Christmas" (inglês)

Como escrever "Feliz Natal" em japonês: メリークリスマス

~Shōjo~

Kare First Love

Resumo



Shōjo (em japonês: 少女) é um termo usado para referir animes e mangás para garotas até aproximadamente 18 anos.O primeiro mangá considerado shōjo foi A Princesa e o Cavaleiro criado pelo mangaká Osamu Tesuka que conta com muitas obras famosas de outros gêneros de mangá como Astro Boy, na década de 50.

A classificação do mangá é dada pela revista antológica, aquelas revistas grandes e grossas como listas telefônicas, em que a história é editada pela primeira vez. Assim se a revista em que a história sai é shōjo, o mangá será shōjo; se for uma revista shōnen (para meninos),o mangá será shōnen. Histórias para mulheres mais maduras, depois dos 16 anos aproximadamente, são mangás josei que seria o gênero adulto para o público feminino. Há revistas que são limítrofes entre o shōjo e o josei, mas mesmo assim elas tem sua classificação como parte de um dos dois gêneros; como é o caso da revista Cookie, onde o mangá NANA de Ai Yazawa editado, que é uma revista shōjo.

Na maioria das vezes, um mangá ou anime shōjo mostra os sentimentos que o personagem sente ao decorrer da série, como Lovely Complex, flores de cerejeira ou penas indicando um flashback ou algum momento dramático, assim como Sakura Card Captors ou Full Moon wo Sagashite. O mangá shōjo é conhecido por que o começo da história é sempre conhecido, em geral o encontro de um casal que logo irá se apaixonar, e ter um final bastante imprevisível o que por vezes frustra as leitoras. A complexidade do enredo varia conforme a idade do público alvo a ser atingido. Muitas vezes os temas giram em torno de colégios, poderes mágicos e geralmente uma história de amor.

Modo de desenho



Como cada gênero de mangá é desenhado de uma forma diferenciada e única, o Shoujo também tem seu próprio traço. Geralmente os olhos das meninas são enormes e expressivos, alguns como Vampire Knight, Kare First Love, WANTED etc. Estes tem os bishounen (personagens masculinos com traços femininos) que fazem as leitoras suspirarem como o famoso Zero Cross de Vampire Knight. E também o shoujo tem mais retículas que qualquer outro gênero. Retículas são adesivos que dão aquele efeito cinza e bonitos que parecem feito no computador, aquelas "bolinhas" minúsculas. É só comparar, pegue um mangá do Naruto e um shoujo e analise, você irá ver como o Shoujo dá mais trabalho e além de ser bem mais trabalhado.

Indicações do Ankura

Bem, vou recomendar cinco shōjos que vocês podem gostar:

1Vampire Knight
Mais uma histórias da febre dos vampiros, um shoujo entre uma garota comum que estuda em uma escola de vampiros, muito bom.
2Paradise Kiss
Pra as(os) que gostam de moda, além de abordar esse tipo de assunto não muito comum nos mangás, é uma história muito íncrivel de uma garota que não suporta moda, agulhas e homem com perfume, leia e divirta-se.
3Nana
Não podia não recomendar Nana, o shōjo mais famoso e lido do mundo, atualmente. a história dupla fascina os leitores, que enquanto você lê sobre umas das nanas você que saber o que esta acontecendo com a outra, mas quando elas se juntam...
4—Boku to Kanojo no XXX
Mais um sobre comédia, com dois personagens principais, Akira e Nanako. O mais legal é que na História eles trocam de corpos e a confusão está feita, esse é o mais engraçado da lista e bom também que tem um Dorama, que é mais engraçado com atores de verdade.
5— Otomen
E o meu preferido, esse é um dos primeiros mangás shōjo que eu li que o protagonista é um homem. Ele é um fofo, adora perfumes, shoujos, cozinhar, costurar e ao mesmo tempo é um dos maiores lutadores de artes marciais do Japão... Só que Akira conhece uma garota que não sabe cozinhar nem costurar, e um Mangaká que se inspira nele para fazer uma personagem com o mesmo nome só que uma menina.

Vampire Knight, Paradise Kiss e Otomen são ou já foram publicados no Brasil.
Ja

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

~Plantas & Animais~

Sobre as plantas e os animais do Japão, os significados, a importância na história e na cultura, etc.

Sakura no ki
Sakura no ki: Simbologia

~Yaoi~


Resumo



Yaoi (やおい) é um gênero de publicação que tem o foco em relações homossexuais entre dois homens e tem geralmente o público feminino como alvo. O termo se originou no Japão e inclui mangá, anime, novelas e dōjinshis. No Japão esse gênero é chamado de "Boy's Love", ou simplesmente "BL", e "yaoi" é mais usado por fãs do ocidente. O yaoi se expandiu para além do Japão; materiais podem ser encontrados nos Estados Unidos, assim como em nações ocidentais e orientais ao redor do mundo.

Terminologia



Pronúncia

Na pronúncia japonesa fiel, todas as três vogais são pronunciadas separadamente. Apesar disso, é frequentemente escutado com apenas duas sílabas, IPA: [jaoi]. Assim, a pronúncia mais correta em português é /ya.ó.i:/, ou "iaoí" (a última vogal é longa).

Significado

As letras em inglês formam o acrônimo da frase 「ヤマなし、オチなし、意味なし」 (yama nashi, ochi nashi, imi nashi), que é traduzido para o português como "Sem clímax, sem resolução, sem significado", ou como a frase de efeito "Sem pico, sem ponto, sem problema.", apesar do termo não ser usado dessa maneira. O termo parece ter sido originalmente usado no Japão por acaso por volta de 1970 para descrever dōjinshis que continham uma paródia bizarra e brincalhona. Apesar disso, o termo acabou por se tornar referente apenas ao material de relações homossexuais explícitas entre dois homens. Yaoi não é um termo comum na cultura japonesa; é específica para a subcultura otaku.

Uso

Yaoi, fora do japão, é um termo utilizado para todos os mangás que contém relações homossexuais feitos para mulheres no Japão, assim como os mangás que contém relações homossexuais feitos no ocidente. O nome atual do gênero no Japão é chamado 'BL' ou 'Boy's Love', que é uma extensão do Shoujo e das categorias para mulheres, porém é considerado uma categoria diferente. Como o 'Yaoi' é considerado nos Estados Unidos, 'Boy's Love' é usado no Japão para incluir: Obras comerciais e amadoras com ou sem a presença de sexo, dōjinshis com adolescentes e menores homens com a presença ou não de sexo, trabalhos em vários tipos de mídia - mangá, anime, novelas, games, CDs de drama com conteúdo homossexual entre homens, e personagens homens de todas as idades em relacionamentos homossexuais. Termos como yaoi, shōnen-ai, tanbi, June, e original June, são todos referidos no Japão como Boy's Love. Porém, não inclui publicações diversas gay.

Apesar do yaoi ser às vezes usado para se referir a qualquer conteúdo homossexual entre homens em filme e mídia impressa, em geral obras criadas por mulheres, é geralmente considerado um uso errado do termo. Artistas japonesas profissionais, como Kazuma Kodaka, são cuidadosas ao distinguir seus trabalhos como "yaoi", ao invés de "gay", quando os descreve para os leitores falantes do inglês.

Apesar do gênero ser vendido por e para mulheres e garotas, homens homossexuais e bisexuais ocidentais também agem como leitores e criadores de obras relacionadas de Fanart e Fanfiction. Não é correto afirmar que todos os homens homossexuais são fãs do gênero, já que algumas nuances são deixadas de lado pelo estilo artístico feminino ou pela descrição irrealista da vida de um homem homossexuais, e ao invés disso, procuram mangás homossexuais, escrito para ou por homens homossexuais.

Uke e Seme

Os dois participantes em uma relação yaoi são geralmente referidos como Seme (Ativo) e Uke (Passivo). Apesar desses termos terem se originado nas artes marciais, São usadas com contexto sexual faz séculos e não carregam nenhuma conotação degradativa. Seme é derivado do verbo japonês semeru (Atacar) e uke do verbo ukeru (Receber). Assim como homens homossexuais em português são referidos como "Ativo" e "Passivo", seme e uke são uma analogia mais próxima para "lançador" e "pegador".

O seme é geralmente descrito na cultura anime e mangá com o estereótipo de um homem fisicamente forte, decidido e/ou protetor. O seme geralmente tem traços característicos, como um queixo forte, cabelo curto e escuro, olhos pequenos e um estereótipo mais masculino do que o uke. O seme usualmente persuade o uke. O uke usualmente é mais baixo, delicado, tem características mais novas e/ou infantis com olhos grandes, e cores mais claras no cabelo e olhos. Ele é geralmente menos experiente em romance ou sexo e isso faz com que a sua interação com o seme seja sua primeira experiência homossexual. A linha do tempo na qual um uke resiste em fazer sexo com um seme é considerado similar a resistência do leitor em ter sua primeira relação sexual enquanto ainda é virgem.

Apesar desses estereótipos serem comuns, nem todos os trabalhos aderem a eles. Por exemplo, algumas dos trabalhos publicadas por Be X Boy mostra histórias com temas como um seme mais novo ou "reversíveis" (Inversão dos papéis). A "regra da altura", regra na qual o personagem mais alto é o seme, é também quebrada algumas vezes, e é muito comum encontrar semes com cabelos longos em mangás e animes.

Alguns escritores(as), tanto japoneses(as) quanto ocidentais, especialmente em BL/shōnen-ai/yaoi, se questionam até quando os papéis do seme e do uke são uma parte essencial do yaoi como um gênero, e se estão movendo-se para longe ou totalmente abandonando os tradicionais papéis seme/uke. Isso é mais comum em fanfics yaoi para séries de anime ou mangá que estréia personagens que não se encaixam nos papéis de seme e uke. Escrever um papel tradicional de seme ou uke para eles é geralmente visto como "fora do personagem", ou seja, não se encaixariam na visão atual que se têm dos mesmos na história.

Yaoi vs. Boy's Love



Ao contrário ao que acredita muitos fãs, "yaoi" não é o nome primário desse gênero no Japão. Originalmente muitos desses materiais eram chamados "june", um nome derivado de uma publicação de mesmo nome que publicava romances homossexuais entre homens, histórias escritas que trabalhavam com a beleza usando particularmente linguagem suave e simples com expressões grandiloqüentes. Eventualmente "june" foi trocado por "BL" ou "Boy's Love", o qual permaneceu como o nome mais comum.

Fãs no Japão começam atualmente a escrever "yaoi" como um nome para o gênero Boy's Love, usualmente na forma 801. "801" é derivada das mensagens de texto de telefones celulares, onde a tecla 8 abriga o kana や (ya), 0 abriga o "o" e 1 abriga "i.". Por exemplo, em um mangá da internet chamado Tonari no 801-chan (となりの801ちゃん), é abordada a história de um garoto que quer namorar uma garota que é fã do gênero BL.

Yaoi vs. Shōnen-ai



Yaoi e shōnen-ai são termos que são às vezes usados por fãs ocidentais para descrever o conteúdo de um título dentro de um género. Aqui yaoi é usado para descrever títulos que contêm cenas de sexo e outros temas sexualmente explícitos. Em contrapartida, shōnen-ai é usado para descrever títulos que focam mais no romance e não inclui conteúdo sexual explícito. Essa definição de yaoi às vezes conflita com o uso da palavra para descrever o gênero como um todo e é um objecto frequente de debates. Há também uma segunda definição, comummente usada por escritores de fanfics, que aplica yaoi para histórias com romance sem presença de conteúdo sexual explícito, e lemon para histórias com conteúdo sexualmente explícito.

Enquanto shōnen-ai literalmente significa "amor entre garotos" (Boy's Love), os dois termos não são sinónimos. No Japão, shōnen-ai é usado para se referir a um agora obsoleto subgénero do shoujo que conta histórias de garotos pré-adolescentes que pendem do platônico para o romântico. Boy's Love, por outro lado, é usado como um nome do género e se refere à todos os títulos com presença de conteúdo sexual ou a idade dos personagens na história.

Dōjinshis



Dōjinshis costumam estrear pares homens homossexuais de obras não românticas de mangá e anime. Muito desse material deriva de obras shōnens e seinen direcionadas para o público masculino, que são persuadidas pelos fãs para implicar atração homossexual. Apesar disso, fãs podem criar pares masculinos homossexuais de qualquer obra publicada de mangá e anime. Pares "quebrados" e crossovers às vezes estream pares românticos impossíveis ou improváveis.

Apesar de focados em dōjinshis baseados em mangás em particular, qualquer personagem masculino pode se tornar o assunto de um dōjinshi yaoi, como personagens que não fazem partes de títulos de séries de mangás, como Harry Potter e Piratas do Caribe. Séries de video games também costumam ser um alvo, incluindo séries como Kingdom Hearts e Final Fantasy. Mesmo assim, quando tratando-se de filmes ou personagens reais, é mais usado o termo americano slash.

Muitos dōjinshis são criados por amadores que costumam trabalhar em "círculos"; por exemplo, o grupo CLAMP começou como um círculo amador de dōjinshi. Porém, alguns artistas profissionais, como Kazumi Kodaka e Maki Murakami, também criam dōjinshis.

Alguns autores criam subuniversos separados nas suas histórias e dōjinshis. Em alguns casos, esses subuniversos, chamados "AUs" ou "Alternate Universes", ganham suas próprias versões de fãs que podem ser mais populares que as séries originais.

Publicação



Trabalhos Yaoi e BL são vendidos para países falantes do inglês por companhias que os traduzem e os imprimem em inglês; companhias como Digital Manga Publishing com suas produtoras 801 Media e June, assim como Dramaqueen, Kitty Media e Tokyo Pop sob sua produtora BLU.

No Brasil, atualmente a editora JBC publicou Gravitation, um famoso shōnen-ai de Maki Murakami.

Produtoras japonesas de Yaoi

-Aqua Comics
-CL DX
-B's Anima Seires
-Bamboo Comics
-Be X Boy Comics
-Boys L
-Chara Comics
-Chocolat Comics
-Dear + Comics
-Diamond Comics
-Drap Comics
-Enrous Comics
-Gush Comics
-Gust Comics
-Hanaoto Comics
-Hanawaru Comics
-June Comics
-Kousai Comics
-Marble Comics
-Misshi Comics
-OAK Comix
-Paper Moon Comics
-Pias Series
-Racish Comics
-Sanwa Comics
-SBK C (Shobukan Comics)
-Scholar LC Rutile Series
-Shubeiru Comics
-Shy Comics
-SUPER BBC
-Zero Comics
-Shota Comics
-Yaoi Hentai Comics

Revistas japonesas de Yaoi

-Asuka Ciel
-B's Log
-Be X Boy
-Dear

Títulos Famosos

-Gravitation
-Loveless
-Junjou Romantica

~Anime & Mangá~

:3 Um dos itens japoneses mais conhecidos no Brasil é o anime, e também o mangá. Aqui terá informações sobre eles, sobre as publicações, os autores (mangakas), as notícias, sobre os gêneros...

Geral
Mangá
Anime

Gêneros
Shōjo
Yaoi

Ichi Rittoru no Namida
Kito Aya: Um Litro de Lágrimas

Loveless
Loveless

~Mangá~

Resumo



O mangá ou manga (漫画, manga) é a palavra usada para designar as histórias em quadrinhos feitas no estilo japonês. No Japão, o termo designa quaisquer histórias em quadrinhos.

Vários mangás dão origem a animes para exibição na televisão, em vídeo ou em cinemas, mas também há o processo inverso em que os animes tornam-se uma edição impressa de história em sequência ou de ilustrações.

História



O mangá é um gênero da literatura japonesa e é caracterizado por seus quadrinhos. Os mangás têm suas raízes no período Nara (século VIII d.C.), com o aparecimento dos primeiros rolos de pinturas japonesas: os emakimono. Eles associavam pinturas e textos que juntos contavam uma história à medida que eram desenrolados. O primeiro desses emakimono, o Ingá Kyô, é a cópia de uma obra chinesa e separa nitidamente o texto da pintura.

A partir da metade do século XII, surgem os primeiros emakimono com estilo japonês. O Genji Monogatari Emaki é o exemplar de emakimono mais antigo conservado, sendo o mais famoso o Chojugiga, atribuído ao bonzo Kakuyu Toba e preservado no templo de Kozangi em Kyoto. Nesses últimos surgem, diversas vezes, textos explicativos após longas cenas de pintura. Essa prevalência da imagem assegurando sozinha a narração é hoje uma das características mais importantes dos mangás.

No período Edo, em que os rolos são substituídos por livros, as estampas eram inicialmente destinadas à ilustração de romances e poesias, mas rapidamente surgem livros para ver em oposição aos livros para ler, antes do nascimento da estampa independente com uma única ilustração: o ukiyo-e no século XVI. É, aliás, Katsushika Hokusai o precursor da estampa de paisagens, nomeando suas célebres caricaturas publicadas de 1814 à 1834 em Nagoya, cria a palavra mangá — significando "desenhos irresponsáveis" — que pode ser escrita, em japonês, das seguintes formas: Kanji (漫画), Hiragana (まんが), (マンガ) e Romaji (Manga).

Os mangás não tinham, no entanto, sua forma atual, que surge no início do século XX sob influência de revistas comerciais ocidentais provenientes dos Estados Unidos e Europa. Tanto que chegaram a ser conhecidos como Ponchie (abreviação de Punch-picture) como a revista britânica, origem do nome, Punch Magazine (Revista Punch), os jornais traziam humor e sátiras sociais e políticas em curtas tiras de um ou quatro quadros.

Diversas séries comparáveis as de além-mar surgem nos jornais japoneses: Norakuro Joutouhei (Primeiro Soldado Norakuro) uma série antimilitarista de Tagawa Suiho, e Boken Dankichi (As aventuras de Dankichi) de Shimada Keizo são as mais populares até a metade dos anos quarenta, quando toda a imprensa foi submetida à censura do governo, assim como todas as atividades culturais e artísticas. Entretanto, o governo japonês não hesitou em utilizar os quadrinhos para fins de propaganda.

Sob ocupação americana após a Segunda Guerra Mundial, os mangakas, como os desenhistas são conhecidos, sofrem grande influência das histórias em quadrinhos ocidentais da época, traduzidas e difundidas em grande quantidade na imprensa cotidiana.

É então que um artista influenciado por Walt Disney e Max Fleischer revoluciona esta forma de expressão e dá vida ao mangá moderno: Osamu Tezuka. As características faciais semelhantes às dos desenhos de Disney e Fleischer, onde olhos (sobretudo Betty Boop), boca, sobrancelhas e nariz são desenhados de maneira bastante exagerada para aumentar a expressividade dos personagens tornaram sua produção possível. É ele quem introduz os movimentos nas histórias através de efeitos gráficos, como linhas que dão a impressão de velocidade ou onomatopéias que se integram com a arte, destacando todas as ações que comportassem movimento, mas também, e acima de tudo, pela alternância de planos e de enquadramentos como os usados no cinema. As histórias ficaram mais longas e começaram a ser divididas em capítulos.

Osamu Tezuka produz através de seu próprio estúdio, o Mushi Production, a primeira série de animação para a televisão japonesa em 1963, a partir de uma de suas obras: Tetsuwan Atom (Astro Boy). Finalmente a passagem do papel para a televisão tornou-se comum e o aspecto comercial do mangá ganhou amplitude, mas Tezuka não se contentou com isso. Sua criatividade o levou a explorar diferentes gêneros — na sua maioria, os mangás tinham como público-alvo as crianças e jovens —, assim como a inventar outros, participando no aparecimento de mangás para adultos nos anos sessenta com os quais ele pôde abordar assuntos mais sérios e criar roteiros mais complexos. Ele também foi mentor de um número importante de mangakas como Fujiko & Fujio (dupla criadora de Doraemon), Akatsuka Fujio, Akira "Leiji" Matsumoto, Tatsuo Yoshida (criador de Speed Racer) e Shotaro Ishinomori.

Assim, os mangás cresceram simultaneamente com seus leitores e diversificaram-se segundo o gosto de um público cada vez mais importante, tornando-se aceitos culturalmente. A edição de mangás representa hoje mais de um terço da tiragem e mais de um quarto dos rendimentos do mercado editorial em seu país de origem. Tornaram-se um verdadeiro fenômeno ao alcançar todas as classes sociais e todas as gerações graças ao seu preço baixo e a diversificação de seus temas. De fato, como espelho social, abordam todos os temas imagináveis: a vida escolar, a do trabalhador, os esportes, o amor, a guerra, o medo, séries tiradas da literatura japonesa e chinesa, a economia e as finanças, a história do Japão, a culinária e mesmo manuais de "como fazer", revelando assim suas funções pedagógicas.

Estilos



Para os japoneses as histórias em quadrinhos são leitura comum de uma faixa etária bem mais abrangente do que a infanto-juvenil. A sociedade japonesa é ávida por leitura e em toda parte vê-se desde adultos até crianças lendo as revistas. Portanto, o público-consumidor é muito extenso, com tiragens na casa dos milhões e o desenvolvimento de vários estilos para agradar a todos os gostos.

Por isso os mangás são comumente classificados de acordo com seu público-alvo. Histórias onde o público alvo são meninos — o que não quer dizer que garotas não devam lê-los — são chamados de shounen (garoto jovem, adolescente, em japonês) e tratam normalmente de histórias de ação, amizade e aventura. Histórias que atualmente visam meninas são chamadas de shoujo (garota jovem em japonês) e têm como característica marcante as sensações e sensibilidade da personagem e do meio (também existem garotos que leem shojo). Além desses, existe o gekigá, que é uma corrente mais realista voltada ao público adulto (não necessariamente são pornográficos ou eróticos) e ainda os gêneros seinen para homens jovens e josei para mulheres. Os traços típicos encontrados nas histórias cômicas (olhos grandes, expressões caricatas) não são encontrados nessa última corrente. Existem também os pornográficos, apelidados hentai. As histórias yuri abordam a relação homossexual feminina e o yaoi (ou Boys Love, BL) trata da relação amorosa entre dois homens, mas ambos não possuem necessariamente cenas de sexo explícito.

Formato



A ordem de leitura de um mangá japonês é a inversa da ocidental, ou seja, inicia-se da capa do livro com a brochura à sua direita (correspondendo a contracapa ocidental), sendo a leitura das páginas feita da direita para a esquerda. Alguns mangás publicados fora do Japão possuem a configuração habitual do Ocidente.

Além disso, o conteúdo é impresso em preto-e-branco, contendo esporadicamente algumas páginas coloridas, geralmente no início dos capítulos, e em papel reciclado tornando-o barato e acessível a qualquer pessoa.

Os mangás são publicados no Japão originalmente em revistas antológicas. Essas revistas com cerca de 300 à 800 páginas são publicadas em periodicidades diversas que vão da semana ao trimestre. Elas trazem capítulos de várias séries diferentes. Cada capítulo normalmente tem entre dez e 40 páginas. Assim que atingem um número de páginas em torno de 160~200, é publicado um volume, chamado tankohon ou Tankōbon, no formato livro de bolso, que então contém apenas histórias de uma série. Esses volumes são os vendidos em diversos países dependendo do sucesso alcançado por uma série, ela pode ser reeditada em formato bunkoubon ou bunkouban (完全版) (mais compacto com maior número de páginas) e wideban (ワイド版) (melhor papel e formato um pouco maior que o de bolso).

Uma das revistas mais famosas é a Shonen Jump da editora Shueisha. Ela publicou clássicos como Dragon Ball, Saint Seiya (ou Cavaleiros do Zodíaco), Yu Yu Hakusho e continua publicando outra séries conhecidas como Hunter x Hunter, Naruto, One Piece e Bleach . Existem também outras revistas como a Champion Red mensal (Akita Shoten), que publica Saint Seiya Episode G (Cavaleiros do Zodíaco Episódio G), a Shonen Sunday semanal (Shogakukan), que publicava InuYasha, e a Afternoon mensal (Kodansha). Entre outras, podem-se citar também a Nakayoshi (Kodansha), revista de shoujo famosa que publicou entre outros Bishoujo Senshi Sailor Moon e Sakura Card Captors, e a Hana to Yume (Hakusensha) que publica Hana Kimi e Fruits Basket.

Há também os fanzines e dōjinshis que são revistas feitas por autores independentes sem nenhum vínculo com grandes empresas. Algumas dessas revistas criam histórias inéditas e originais utilizando os personagens de outra ou podem dar continuidade a alguma série famosa. Esse tipo de produto pode ser encontrado normalmente em eventos de cultura japonesa e na internet. O Comiket (abreviação de comic market), uma das maiores feiras de quadrinhos do mundo com mais de 400.000 visitantes em três dias que ocorre anualmente no Japão, é dedicada ao dōjinshi.

No Brasil



Embora a primeira associação relacionada a mangá, a Associação Brasileira de Desenhistas de Mangá e Ilustrações, tenha sido criada em 3 de fevereiro de 1984, o "boom" dos mangás no Brasil aconteceu por volta de dezembro de 2000, com o lançamento dos títulos Samurai X, Dragon Ball e Cavaleiros do Zodíaco pelas editoras JBC e a Conrad (antiga Editora Sampa).

Esses, porém, não foram os primeiros a chegar ao território brasileiro. Alguns clássicos foram publicados nos anos 80 e começo dos anos 90 sem tanto destaque, como Lobo Solitário em 1988 pela Editora Cedibra, primeiro mangá lançado no Brasil, Akira pela Editora Globo, Crying Freeman, pela Editora Sampa, A Lenda de Kamui (Sanpei Shirato) e Mai - Garota Sensitiva pela Editora Abril, Cobra e Baoh pela Dealer e Escola de Ninjas (Ben Dunn) pela Nova Sampa. Porém, a publicação de vários títulos foi interrompida e o público brasileiro ficou sem os mangás traduzidos por vários anos. Existiram ainda edições piratas de alguns mangás. O mais famoso foi Japinhas Safadinhas lançado em nove edições pela "Bigbun" (selo erótico da Editora Sampa). O mangá era uma versão sem licenciamento de Angel de U-jin.

A popularidade do estilo japonês de desenhar é marcante, também pela grande quantidade de japoneses e descendentes residentes no país. Já na década de 1960, alguns autores descendentes de japoneses, como Júlio Shimamoto, Minami Keizi e Claudio Seto, começaram a utilizar influências gráficas, narrativas ou temáticas de mangá em seus trabalhos. O termo mangá não era utilizado, mas a influência em algumas histórias tornou-se óbvia. Alguns trabalhos também foram feitos nos anos 80, como o Super-Pinóquio de Claudio Seto, o Robô Gigante de Watson Portela pela Grafipar e o Drácula de Ataíde Braz e Neide Harue pela Nova Sampa.

O movimento voltou a produzir frutos nos anos 90. Com a inconstância do mercado editorial brasileiro, existe pelo menos uma revista nacional no estilo mangá que conseguiu relativo sucesso: Holy Avenger. Além deste há também outras publicações bastante conhecidas pelos fãs de mangá, como Ethora, Combo Rangers, Oiran e Sete Dias em Alesh do Studio Seasons, e a antiga revista de fanzines Tsunami. Atualmente os quadrinhos feitos no estilo mangá, tirando algumas exceções, como as citadas acima, se baseia em fanzines. Em 2008 a Maurício de Sousa Produções lançou Turma da Mônica Jovem, versão adolescente da Turma da Mônica, em 2009 a Ediouro Publicações lançou a revista Luluzinha Teen e sua Turma.

Em outros países



Há muito tempo o estilo tem deixado sua influência nos quadrinhos e nas animações no mundo todo. Artistas americanos de quadrinhos alternativos como Frank Miller foram de alguma maneira influenciados em algumas de suas obras. As influências recebidas dos mangás japoneses ficaram mais evidentes com a minissérie Ronin (1983).

Outros artistas como os americanos Brian Wood, Adam Warren, Ben Dunn (autor de Ninja High School), Fred Gallagher (autor de Megatokyo) e Becky Cloonan (autor de Demo) e o canadense O'Malley (autor de Lost At Sea) são muito influenciados pelo estilo e têm recebido muitos aplausos por parte da comunidade de fãs de fora dos mangás. Estes artistas têm outras influências que tornam seus trabalhos mais interessantes para os leigos nesta arte. Além disso, eles têm suas raízes em subculturas orientais dentro de seus próprios países.

Histórias em quadrinhos americanas que utilizam a estética dos mangás, são constantemente chamados de OEL Manga (Original English-Language mangá) ou Amerimanga.

O americano Paul Pope trabalhou no Japão pela editora Kodansha na revista antológica mensal Afternoon. Antes disso ele tinha um projeto de uma antologia que seria mais tarde publicada nos Estados Unidos — a Heavy Liquid. O resultado deste trabalho demonstra fortemente a influência da cultura do mangá em nível internacional.

Na França existe o movimento artístico, descrito em manifesto como la nouvelle manga. Esse foi iniciado por Frédéric Boilet através da combinação dos mangás maduros com o estilo tradicional de quadrinhos franco-belgas. Enquanto vários artistas japoneses se uniam ao projeto outros artistas franceses resolveram também abraçar essa idéia.

Na Coréia do Sul atualmente podemos observar um movimento em direção aos mangás muito forte. Os manhwas coreanos e manhuas chineses têm atingido vários países pelo globo. Um exemplo claro de manhwas no Brasil são algumas histórias de sucesso como Ragnarök e Chonchu.

Além de tudo isso, é bastante comum encontrar histórias on-line de vários países nesse estilo e até ilustrações mais corriqueiras como das relacionadas à publicidade.

Críticas



Uma crítica comum aos mangás feita por ocidentais é a de que são excessivamente violentos e pornográficos ou eróticos. Contudo, segundo Frederik L. Schodt, esse tipo de generalização está longe da verdade, ainda que ele admita que há sim mangás em que a pornografia e a violência são excessivos. Para ele, esse tipo de generalização habitualmente ignora as origens dos quadrinhos japoneses no ukiyo-e e no kibyoshi, que costumavam retratar cenas eróticas ou violentas, além de comparar os mangás com os quadrinhos ocidentais (Schodt refere-se mais especificamente aos quadrinhos dos Estados Unidos que costumavam sofrer autocensura desde a década de 1950). Vale lembrar que; no japão existem varios estilos e tipos de manga (comedia, ficção, policial, erótico, pornografico, aventura, terror, drama, homosexual, etc) destinados a publicos diferentes e idades diferentes, simplesmente o que os ocidentais mais conhecem são os pornograficos e violentos, pois as editoras ocidentais que compram a licença é que valorizam isso visando o publico de seu pais. Apenas menos de 1% dos mangas são lançados no ocidente.

Mesmo no Japão surgem, de tempos em tempos, polêmicas envolvendo alguma publicação. Por exemplo, na década de 1960, Harenchi Gakuen de Go Nagai foi acusado de erotismo excessivo. Este mangá trata de uma escola em que acontecem situações eróticas, foi criticado e chegou a ser queimado em público por pais. O caso de Tsutomu Miyazaki, assassino em série japonês considerado um otaku, levou vários pais e educadores a se preocuparem com o conteúdo dos mangás, já que foram encontrados vários mangás e animes eróticos na casa deste. Em resposta a esse caso, surgiu na década de 1990 um movimento contra os "livros daninhos". Pais, professores, políticos e a imprensa cobraram mais responsabilidade das editoras acerca do conteúdo dos mangás e de sua explícita classificação etária. Por exemplo, o jornal Asahi Shimbun disse em um editorial em 1990 que os mangás influenciavam negativamente as crianças, o governo de Tóquio adotou em 1991 a "Resolução Restringindo Livros Daninhos" e criou-se uma comissão na Dieta para discutir a questão. Tudo isso fez com que as editoras criassem um código moral para os mangás e passassem a indicar conteúdo inadequado na capa das publicações utilizando selos específicos. Mas, de acordo com Alfons Moliné, pouco depois, a partir de 1993, o policiamento diminuiu e as editoras deixaram de marcar as publicações e de por o código moral em prática. Por seu lado, os artistas se reuniram para defender a liberdade de expressão nos mangás. E em 2002 o mangaká Motonori Kishi foi julgado e condenado a um ano de prisão por obscenidade por sua obra Misshitsu. Este é o primeiro caso em que um mangá é julgado por violação do artigo 175 do Código Penal japonês, o qual controla o conteúdo de filmes, livros e obras de arte em geral e gerou discussões acerca da liberdade de expressão. Segundo o juiz, o mangá era "gráfico demais".

Nos Estados Unidos, os mangás foram repetidas vezes alvo de discussões envolvendo o empréstimo de exemplares de mangás ou mesmo de livros sobre eles por adolescentes em bibliotecas ou a presença deles em seções inadequadas de livrarias. Em 2006, uma mãe pediu e conseguiu que o livro do estudioso Paul Gravett fosse retirado das bibliotecas públicas do condado de Victorville na Califórnia depois que seu filho de 16 anos disse ter visto imagens de sexo no livro. Em um caso semelhante, um pai em Portland, Oregon, descobriu que seu filho havia pego mangás com classificação para maiores de 18 anos em uma biblioteca local. E uma livraria em Lexington, na Carolina do Sul mudou a localização da sua seção de mangás após receber reclamações de uma mãe.

Algumas críticas envolvem a pornografia infantil, os mangás dos gêneros lolicon e shotacon (além de videogames e pornografia na internet em geral no Japão) e a sua proibição. Em 1999 e 2004 foram aprovadas no Japão leis criminalizando a prostituição infantil e a criação e venda de material pornográfico envolvendo menores, mas a posse de tais materiais continua sendo permitida. Pressões internacionais têm forçado o país a rever estas leis. Em 2008, a UNICEF afirmou que o país não estava se esforçando o bastante para colocar em prática acordos internacionais dos quais é signatário e combater a pedofilia. Contudo, a nova legislação não deve incluir os mangás e animes: seus defensores argumentam que regulamentações feririam a liberdade de expressão e que os personagens não são reais e, portanto, não são vítimas de violência.

Outra corrente de críticas se dirige a "invasão" dos mangás no mercado ocidental. Em 2005, no álbum Le ciel lui tombe sur la tête de Asterix o autor, Albert Uderzo, coloca Asterix e outros personagens lutando contra Nagma, anagrama de mangá, e contra clones que ironizam super-heróis dos Estados Unidos, no que seria a realidade de autores europeus no presente. Contudo, o autor se defendeu dizendo que não tem nada contra os mangás e menos ainda contra os quadrinhos dos Estados Unidos, que teriam lhe inspirado sua profissão, e que foi mal interpretado. No mesmo estilo, Arnaldo Niskier da Academia Brasileira de Letras publicou em 12 de fevereiro de 2008, coluna na Folha de S. Paulo criticando a influência dos mangás nos jovens e afirmando que "conhecer o fenômeno é uma forma de colocar limites em sua expansão, para que prevaleça, no espírito dos jovens, se possível, muito mais a riqueza da cultura brasileira".

~Yamashita Tomohisa em Shibuya~

Crédito: @
Artista: Yamashita Tomohisa
Local: Shibuya
Horário/Data: 15:20, 21.11.2009



O veículo estava em Shibuya, promovendo Loveless, o novo single de Yamashita Tomohisa. É bem esperado ver os muitos jovens fãs tentando tirar boas fotos do veículo!
Vocês já compraram o single?